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tatianembraga

DESTINO: INOVAÇÃO



O futuro é logo ali e para chegarmos lá melhor do que estamos agora é preciso inovar já!


Eu pouco sabia sobre esse tema e achava até que para inovar era preciso entender de tecnologia. Talvez tenha sido por ouvir, com frequência, falar sobre inovação e startups. Um pouco mais curiosidade e um mundo se abriu na minha frente.


Vou dar a minha definição de startup e peço desculpa se simplificar demais. O objetivo é me fazer entender por aqueles que, assim como eu ontem, ainda não tem ideia do que se trata.

Criar algo diferente do que é feito hoje (inovar) para resolver problemas reais com a ajuda da tecnologia. E é por isso que as startups estão sempre associadas à inovação. Está no coração delas fazer o novo!


Que o mundo está cheio de problemas reais para resolver, não há dúvida. Como reduzir os impactos ambientais? Como educar as novas gerações? Como garantir mais saúde? Como otimizar processos? Como será o dinheiro do futuro? Essas e tantas outras perguntas precisam de respostas e a inovação é que vai revelá-las.


O Web Summit é a maior conferência de tecnologia do mundo e o grande placo da inovação. O evento, criado por Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickeyinício começou em Dublin, na Irlanda, e, desde 2016, foi transferido para Lisboa, em Portugal. A mudança reflete o interesse do país em se transformar em uma referência em inovação como mostram outras ações que conhecemos em viagem ao país.


Nossa primeira parada é cidade de Oeiras, hoje conhecida por Oeiras Valley ou Vale do Silício português. Fomos recebidos na câmara pelo vice-presidente, Francisco Gonçalves, que contou sobre a transformação da região. Na cidade havia pobreza, violência e outros problemas que conhecemos bem. Um robusto programa de governo iniciou a mudança com melhoria na educação voltada para tecnologia, oferta de moradia, cuidado com o espaço público e atrativos para grandes empresas de base tecnológica. Hoje estão instaladas aqui gigantes como a Dell, Pfiser, Google e Nike.


Aqui também fica o Tagus Park, uma incubadora de novos negócios. Conhecido como cidade do conhecimento, já hospedou três empresas unicórnios, ou seja, que alcançaram o valor de 1 bilhão de dólares. Eles valorizam boas ideias e a arte é parte disso. As obras estão espalhadas por todos os lados. E quer saber como as coisas acontecem aqui? Como empresas se conectam entre si e com o mundo? Comunicação informal. Fazem muitas festas onde se iniciam grandes negócios.


Há ainda outros centros tecnológicos instalados aqui, criando um ecossistema propício para atrair talentos e fomentar a cultura da inovação. Foi assim que a cidade mudou e hoje tem o segundo maior PIB do país!


Próxima parada, Iscte, Instituto Universitário de Lisboa, uma instituição pública reconhecida como a mais dinâmica e inovadora do país. Aqui eles combinam as pesquisas, ou investigações como chamam, em ciências sociais e humanas à tecnologia digital. O objetivo é transferir o conhecimento de dentro para fora da universidade em benefício de toda a sociedade. Em breve será inaugurado um novo campus, em Sintra, voltado para tecnologias digitais.


Também passamos pela Fintech House, onde startups financeiras, de regulação, seguros e cibersegurança são apoiadas para se conectarem com as entidades necessárias como bancos, legisladores, investidores etc. Tudo para alavancar novos negócios e fazer crescer novas ideias.


Esse também é objetivo da gigante EDP, que criou a EDP Ventures, uma investidora em projetos inovadores não só do setor de energia, mas também de variados seguimentos. Os investimentos são destinados a empresas em diferentes estágios, desde inicial até mais avançado.


Onde há ambiente para inovar também há muitos investidores de olho. Conhecemos aqui a Core Angel, uma administradora de um fundo de investimentos em inovação. Os investidores desse fundo apostam não só em uma startup, mas em um portfólio delas. Dessa forma, mais startups são contempladas com investimentos e mais chance de lucrar tem o investidor. Aproveitei a conversa pra fazer a pergunta de 1 milhão: o que fazem os investidores investir em uma startup? Eles fizeram uma pesquisa e descobriram que o retorno financeiro não é o primeiro fator determinante no investimento, mas sim a satisfação de estar envolvido no processo, de fazer parte. E mais: o relacionamento entre a equipe que desenvolve a startup é fundamental para a sensação de segurança do investidor. Eles acreditam que, uma equipe integrada é capaz de criar múltiplas soluções, ampliando assim as chances de sucesso do negócio.


Foi assim que escolheram e investiram na 99 Hunters, uma startup brasileira. Os fundadores desenvolveram um app para contratação de executivos. Mais que isso: uma plataforma com caçadores de talento no mundo inteiro que trabalham para encontrar o profissional ideal para a empresa que precisa.


Assim como eles, o mundo está cheio de gente com boas ideias para serem desenvolvidas e Portugal está investindo para se tornar uma referência em inovação. O Web Summit é a maior prova disso. Então vamos a ele, por aqui o evento está começando.


O parque das nações, em Lisboa é transformado em uma grande arena de inovação. Setenta mil pessoas participam da edição 2022, e muitos são brasileiros. Do Espírito Santo viemos em uma delegação de 20 pessoas representando suas empresas de diferentes áreas: loteamento, educação, construção, comunicação. Todo mundo de olho nas novidades.


O evento tem 26 trilhas de conhecimento: sustentabilidade, liderança, finanças, marketing, mídia, saúde, educação e muitas outras. Mil palestrantes de vários lugares do mundo participam das apresentações que são, quase sempre curtas, com 10 ou 20 minutos. Tudo muito rápido e objetivo.


Na minha trilha, programei participar dos eventos voltados para a comunicação. No primeiro deles, “How to tell your story”, assisti ao James Vincent, que trabalha na construção de narrativas para grandes empresas. Ele atuou com Steve Jobs por uma década e falou sobre a importância de humanizar as histórias. Não basta falar do que vende. É preciso falar dos fundadores, do processo, e principalmente do porquê. Pra ele, é isso que gera conexão, como acontece com a Apple e o RBNB.


O presidente do Ted, Chris Anderson, também falou da importância de contar nossas histórias que, no fundo, são as histórias das nossas empresas. Todos nós temos algo a contribuir e é isso que as pessoas querem ouvir. Numa rápida conversa, quando soube que eu trabalho ajudando pessoas a desenvolverem a comunicação no Brasil ele perguntou se tinha ido bem, cheio de carisma e educação, dando um belo exemplo.


Em outro palco, Hugo Silva, um caçador de boas ideias, fala sobre o que muitos ali queriam saber: como falar a língua do investidor. Entre muitas coisas, ele falou da importância de dizer o que te diferencia e o faz único. Ressaltou ainda que, ao avaliar uma startup, o investidor não a compara com outras do mesmo setor, mas sim com as tantas outras possibilidades de investimento nas mais diferentes áreas. Tanta gente veio para essa palestra que tiveram que fechar a entrada por falta de espaço. Parece que tem muita gente ciente de que a comunicação é essencial para conseguir os investimentos.


Além das apresentações, há também muitas áreas de estandes. E são muitos. Grandes empresas, países e mais de duas mil startups em busca de investimentos. A Med Assist é uma delas. O médico Nilo Neto fez seu pitch em um dos palcos do evento e apresentou a solução criada para aumentar o acesso à saúde para pessoas que moram em locais onde o hospital ou centro de saúde não dispões de especialistas.


Outra boa ideia que assistimos foi do Guilherme Barbosa, fundador da startup ECO55 que visa reduzire a pegada de carbono das empresas. Teve também o Ronaldo Cohin com a Jade Autism, uma sturtup para ajudar no desenvolvimento de crianças autistas. Todas elas do Espírito Santo. Foram milhares de apresentações nos três dias de evento e muitas conexões feitas. Gente do mundo inteiro discutindo, criando, se informando, se conectando com a inovação.


Ao final do evento a sensação que ficou foi de que a inovação já não é o futuro, mas sim o presente. Pessoas do mundo inteiro estão enxergando os problemas existentes e pensando novas maneiras para solucioná-los, muitas vezes com a ajuda da tecnologia. E mais, percebemos que a tecnologia e a inovação andam lado a lado com a responsabilidade social. Boas ideias, aliadas a tecnologia, que podem tornar o mundo melhor.

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