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  • tatianembraga

A ciência dos slides


O que você pode fazer por mim?"

Imagine que essa é a pergunta da plateia que te espera. Se quiser trazê-la pra você é bom encontrar uma boa resposta e caprichar na apresentação dessa ideia.

Diferente disso, o que vemos, com frequência, são oradores que mais parecem estar preocupados com o seu sucesso – ou não fracasso -, do que com quem realmente importa e que vai determinar o resultado do seu empenho: o público.

As apresentações são feitas, normalmente, usando a fala do orador e os slides. Estes podem ser bem-feitos e o orador dominar com segurança o conteúdo, mas se o público não se sentir convidado a embarcar na história que está sendo contada, todo o trabalho terá sido em vão. E aquela oportunidade, por vezes única, de ganhar a confiança do outro e até fechar um acordo, pode ser desperdiçada.

Um bom exemplo do que estamos falando pode ser visto nos vídeos de apresentações do Steve Jobs, nas quais o objetivo era muito mais que apresentar algo, mas criar uma experiência. Assim ele definia o modo como envolvia o público através dos seus planejados e ensaiados discursos.

Para que aconteça a conexão entre apresentador e público, algumas etapas são fundamentais. A começar pelo planejamento, que envolve a definição da mensagem a ser transmitida, o objetivo a ser alcançado, a organização das ideias e – muito importante – uma boa leitura do público. É com base nessas informações que a apresentação deve ser preparada.

O segundo passo é preparar os slides que devem ser pensados para o público, e não para o apresentador. Este, se quiser um guia, pode tê-lo em suas mãos, para consultar quando necessário, mas os slides devem ter a única função de atrair os olhares do público. A comunicação visual é uma forte aliada para conquistar o envolvimento alheio.

Nancy Duarte até cunhou uma expressão para falar da ciência de se criar bons slides, o que chamou de slide:ology. A autora reforça a importância de se pensar no outro, ou seja, no público, para criar as ilustrações ideias que nos ajudam a contar a história e capturar a atenção da plateia.

Em seguida vem a prática. Treinar a apresentação, passando os slides e até, se possível, tendo alguém na plateia, é uma ótima forma de testar como o planejamento vai funcionar. E quando a hora chegar, o apresentador deve seguir o planejado, porém sempre de olho no seu público, a fim de saber como ele está respondendo.

Se não podemos ler a mente do outro para saber se estamos agradando ou não, podemos usar técnicas para identificar através de gestos, feições e fala como o outro está reagindo ao que estamos apresentando. São pistas, na maioria das vezes, não verbais, que nos indicam se devemos continuar como planejamos ou se é hora de mudar a estratégia e tentar uma outra maneira de conquistar seus expectadores.

Lembre-se: somente se você tiver algo a oferecer ao seu público e se ele se sentir atraído pela sua oferta haverá conexão entre vocês. E é através dessas etapas – planejamento, criação de slides, treino e percepção do público – que podemos alcançar essa conexão, criando mais que uma apresentação, mas uma experiência valiosa capaz de uni-los em um objetivo comum.

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