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  • tatianembraga

RÓTULOS – Por que evitar?


Imagine-se colocando etiquetas nas pessoas com quem convive. O que escreveria você nessas etiquetas? Qual rótulo daria a elas?


Eu caminhava pela rua quando ouvi: “Aquela menina é uma sonsa. Não dou conta.” A frase veio de uma moça sentada em uma cafeteria com outras pessoas. As palavras me pareceram acompanhadas do sentimento de raiva. Sinal de alerta aceso! Um novo rótulo foi criado distanciando o seu criador da realidade e reduzindo suas possibilidades para resolver um problema.


É o que acontece quando rotulamos o outro: restringimos nossa percepção da realidade e, com isso, nossas chances de encontrar saídas para tratar o problema.

Vou começar citando William Ury, professor de Harvard e coautor do famoso livro Como chegar ao sim. Ele propõe que as negociações devem ser baseadas em princípios para garantir o acordo entre as partes, e o primeiro passo proposto é separar as pessoas do problema. “Os participantes devem se imaginar trabalhando lado a lado, atacando o problema e não uns aos outros.”


Mas como fazer isso quando se está tomado pela emoção da raiva? Normalmente é ela que nos leva aos rótulos negativos como: sonsa, egoísta, arrogante, mentiroso e etc. Marshall Rosemberg, autor de Comunicação Não Violenta, nos explica que “a raiva provém de julgamentos, rótulos e acusações a respeito do que as pessoas 'deveriam' fazer e do que 'merecem' e que está diretamente ligada às nossas necessidades".


Talvez você já tenha escutado falar da Pirâmide de Maslow, que organiza as necessidades humanas conforme a sua importância. São elas, nessa ordem de prioridade: fisiológicas (comer, dormir), segurança (física e mental), social (amor, pertencimento, família), estima (reconhecimento), realização pessoal (desenvolvimento).


Então, segundo Rosemberg, quando sentimos raiva, devemos avaliar qual das nossas necessidades não estão sendo atendidas para, em seguida, poder expressá-las.

Um bom exercício que podemos fazer é completar a frase “não gosto de pessoas que....”. Depois de fazer uma lista com as características que te afastam do outro, a CNV sugere que a gente se pergunte: “Quando penso que essas pessoas são assim, qual necessidade minha elas não atendem?”


Com essa simples reflexão, podemos perceber como a causa da nossa raiva não está no que o outro faz, mas sim na nossa necessidade não atendida. A expressão das necessidades é o que vai substituir o rótulo e nos levar à maior consciência de nós mesmos e também do contexto em que estamos inseridos.


Experimente e observe como essa mudança de hábito (rotular) pode contribuir com a sua inteligência emocional e melhorar suas relações.


Tatiane Braga

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